Apae promove mudanças na diretoria e no estatuto após investigações sobre morte de funcionária e desvios milionários
04/06/2025
(Foto: Reprodução) 10 meses após 'Caso Claudia Lobo', Apae Bauru apresenta nesta terça-feira (3), campanha para limpar imagem da instituição e presidente detalha ações de transparência na gestão de recursos Apae de Bauru enfrenta queda nas doações após dez meses do desvio de dinheiro
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) apresentou na Câmara Municipal de Bauru (SP), na manhã de terça-feira (4), o lançamento da campanha "Apae é nossa". Com queda nas doações, a ação tem como propósito reforçar a importância da associação na comunidade e incentivar o engajamento da população em prol da entidade.
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Em entrevista à TV TEM, a presidente da associação, Maria Amélia Moura Pini Ferro, apresentou uma série de medidas que estão sendo tomadas para recuperar a confiança da comunidade na instituição.
Entre as mudanças, destaca-se:
Mudança no estatuto, prevendo uma maior participação dos pais da diretoria, o que resultará em uma mudança também no quadro de diretores;
Contratação de uma perícia financeira independente (iniciada em novembro) para verificação dos números de janeiro de 2022 a agosto de 2024;
Novas regras de compliance, que preveem o controle de estoque, fluxo de compras, novos contratos e limites de alçadas de pagamentos;
Mudança no quadro anterior de funcionários administrativos.
Câmara de Bauru inicia campanha "APAE É NOSSA" nesta terça-feira (3)
Câmara Municipal de Bauru/Reprodução
Maria Amélia enfatizou também os 310 funcionários que continuam trabalhando com excelência, levando o nome da associação apesar dos últimos acontecimentos.
Mesmo com todos os avanços apresentados, a Apae sofreu com uma queda mensal de 25 a 30% nas doações, impactando diretamente no dia a dia dos serviços prestados.
Considerado o primeiro passo para retomada de eventos solidários da entidade, a campanha conta com apoio de diversos vereadores que utilizaram a tribuna para destacar a importância que a entidade representa para a cidade e como os casos de corrupção dos últimos meses não refletem nos quase 60 anos de trabalho social.
Esquema de desvio de recursos
Quatro ex-funcionários da Apae são investigados por envolvimento em um esquema que desviou milhões de reais dos cofres da Apae de Bauru. Em fevereiro deste ano, o caso foi transferido para a esfera federal.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os desvios eram feitos por meio de pagamentos superfaturados, contratos fictícios e retirada irregular de valores da entidade.
Além do processo criminal, os réus também enfrentam uma ação civil pública, na qual o Ministério Público pede a devolução dos valores desviados e a responsabilização pelos danos causados à instituição e aos usuários dos serviços prestados pela Apae.
A Apae também está envolvida em outra polêmica: a do caso Cláudia Lobo, ex-secretária executiva da entidade que foi encontrada morta após ter desaparecido em Bauru.
O ex-presidente da Apae de Bauru (SP), Roberto Franceschetti Filho, e o auxiliar de almoxarifado, Dilomar Batista, são os principais suspeitos. Eles são réus e vão a júri popular.
Roberto Francheschetti é acusado pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver, e foi preso no dia 15 de agosto de 2024 como o principal suspeito no desaparecimento e assassinato de Cláudia, vista pela última vez no dia 8 de agosto de 2024.
Dilomar Batista teve sua prisão preventiva negada e responde em liberdade, sendo acusado de fraude processual e ocultação de cadáver. O ex-funcionário da instituição confirmou os fatos relacionados à ocultação do corpo da vítima durante as audiências do caso, no dia 16 de janeiro.
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